domingo, 1 de junho de 2008

O Reino da Jordânia

O REINO HACHEMITA DA JORDÂNIA comemorou sua data nacional no dia 25 de maio e é uma das nações árabes mais ocidentalizadas do Oriente Médio.

Flag of Jordan Coat of arms of Jordan

Se, por aqui no Brasil, a dinastia dos Bragança marcou presença na nossa história, lá, a que ficou no poder durante anos foi a dinastia HACHEMITA – nome incorporado ao daquela nação em 1939. Porém, desde 1999, que a Dinastia que vigora por lá é a Al-Hussein. O atual mandante por lá é o Rei Abdullah II, casado com a Rainha Rania. A rainha Rania é uma grande defensora do direito das mulheres, frequentemente fazendo campanha mundo a fora sobre o tema.

Image:Abdullah II of Jordan, 2007March07 (cropped).jpg
Rei Abdullah II



Image:Queenraniacopy8452.jpg
Rainha Rania

O país é quase do tamanho de Pernambuco, mas possui 6 milhões de habitantes, sendo mais da metade palestina. A economia jordaniana não é tão opulenta quanto a de seus vizinhos petrolífeors: a renda per capita anual gira em torno de US$ 1.500, com uma taxa de desemprego de 20%. Quase 100% da população é islâmica – apenas 8% são cristãos – e toda essa gente fala árabe, o idioma oficial, mas também se comunica bem em Inglês. Interessante é que, apesar de o Islamismo ser forte por lá, o Natal e o Ano Novo, pelo calendário gregoriano, são feriados nacionais. A Páscoa é um feriado governamental para os cristãos, que podem pedir dispensa para outras festas cristãs.

O país passou pelas mãos dos romanos, dos árabes e dos turco-otomanos, até ser estabelecido como um mandato britânico, em 1920. Sua independência só foi admitida pelos britânicos em 1946. Em junho de 49, a Transjordânia, como era chamado, adotou o nome de Jordânia. O ano de 1994 registrou um grande momento da política externa do país, que assinou um tratado de paz com Israel, pondo um fim a 46 anos de beligerância.

Aos aficionados por filatelia, a Jordânia oferece vasto material filatélico. A história do país, desde que se chamava Transjordânia, pode ser quase que totalmente retratada pelos selos jordanianos.

Se o reino é pequeno em tamanho, sua história e atrações turísticas são incomensuráveis. Se não fosse a má fama do Oriente Médio no quesito paz, a Jordânia estaria bombando com o turismo.

O turismo da Jordânia é riquíssimo e a vantagem é que o país não é nem um pouco caro. Uma boa refeição num restaurante sofisticado sai em média por dez dólares. O principal prato jordaniano é o MANSAF: uma especialidade de cordeiro (um prato beduíno), servido com molho de iogurte e arroz. A cozinha local inclui, ainda, pães aromáticos, doces saborosos banhados em mel, pistaches e outras delícias.

Fora do mês do Ramadan (sagrado para os muçulmanos), as bebidas alcoólicas são comercializadas, sem problemas. Mas, se você, ouvinte do Intermúsica, se animar a visitar as terras do Vale do Rio Jordão, não deixe de experimentar o famoso Arak, bebida árabe à base da anis.

E, em se falando de turismo, comece sua visita por Amã, a capital da Jordânia, – uma cidade hospitaleira, sem assaltos e perto de tudo. Você não leva mais do que 5 horas de carro, para chegar às mais diversas cidades históricas. Amã foi erguida sobre sete montanhas, ou Jabals. Com uma vida cultural intensa, é lá que estão a sede do Governo, as embaixadas e os importantes centros de negócios.

Um quarto da população vive em Amã – a cidade tem mais de 10 mil anos de história e é rodeada de relíquias dos Impérios Romano e Bizantino, como o templo de Hércules e o teatro Romano.

A Cidade de Petra, com cerca de 2 mil e 700 anos, é a principal atração turística da Jordânia e fica a apenas duas horas de carro de Amã. Petra foi a capital do povo nabateu, árabes que viveram por lá há 2 mil anos . Hoje, está entre as sete maravilhas do mundo novo. Dali, os nabateus controlavam as rotas de comércio da antiga Arábia, cobrando pedágios e protegendo as caravanas carregadas de especiarias e sedas da Índia ou marfim e peles da África.

The Treasury at Petra

Falar de Petra é falar de uma cidade quase mítica que permaneceu perdida durante mil anos. No século 16, Petra caiu no esquecimento do Ocidente e assim ficou por quase 300 anos. No ano 1812, a cidade foi descoberta pelo explorador suíço Johann Ludwing Burckhardlt, mas só no século XX é que as escavações começaram a descobrir as preciosas fachadas greco-romanas esculpidas nas encostas das montanhas rosadas.

Para chegar a esse paraíso rochoso, você precisa passar por um canyon estreitíssimo de dois quilômetros até avistar a primeira e mais famosa fachada da cidade, chamada de “O Tesouro” – um grandioso templo, esculpido em rochas. A visão é espetacular: entre penhascos e desfiladeiros, espalham-se construções grandiosas de uma cidade que, no seu apogeu, chegou a ter 30 mil habitantes.

Não é por acaso que a seqüência final de "Indiana Jones e a Última Cruzada" foi filmada em Petra. Para os amantes de filatelia, a Jordânia emitiu 3 séries de selos sobre Petra – a mais recente é do ano 2000.

Bem pertinho de Petra, está a milenar Jerash, com mais de 6 mil e 500 anos. Essa antiga cidade é notável por sua ocupação humana a milhares de anos. Jerash é considerada uma das mais preservadas cidades dos césares no mundo: o teatro está inalterado e o fórum mantém todas as colunas eretas. Escondida por séculos antes de ser escavada e restaurada por 70 anos, Jerash revela um fino exemplo do urbanismo romano encontrado no Oriente Médio.

Fazer turismo na Jordânia é como entrar nas páginas da Bíblia e reviver aquela época. É o que acontece um pouco quando se visita Ácaba, que, na Bíblia, é citada por seu nome antigo: Elate. Ácaba é a única cidade portuária do país e serviu de ponto de comércio para as caravanas que cruzavam a região, quando, nos tempos romanos, a grande estrada de Damasco que ía até Elate, passava por Amã e Petra, e, depois, seguia para o Egito e Palestina. O cristianismo foi introduzido naquela cidade em priscas eras. Recentemente, numa escavação, foi encontrado um templo que é considerado a mais antiga igreja do mundo.

Além da cidade de Jerash, construída antes da chegada dos romanos à região, o turista não pode deixar de visitar a cidade de Madaba, conhecida por seus magníficos mosaicos da era bizantina. Madaba é um dos pólos católicos da Jordânia. Segundo o Antigo Testamento, a cidade esteve entre os locais conquistados pelas tribos de Israel e se destacou como importante centro do Cristianismo durante o domínio romano, no século 4. É dessa época que data sua maior relíquia: o mapa de mosaicos da Igreja ortodoxa de São Jorge, onde encontra-se o mais antigo mapa bizantino do mundo: o famoso mosaico de Madaba, com dois milhões de peças que mostram o Nilo, o Mar Morto e Jerusalém.

Image:Madaba Jerusalem Mosaic.jpg

Esse pequeno país do Oriente Médio encanta a todos com seus sítios arqueológicos e lugares citados na Bíblia. Um deles é o Monte Nebo, perto de Madaba, onde Moisés teria visto a Terra Prometida antes de morrer e lá ser enterrado. Outro é nada menos do que o lugar onde Jesus teria sido batizado: o rio Jordão. Segundo descobertas recentes, o batizado teria acontecido na margem jordaniana daquele rio.

Ir à Jordânia e não visitar Petra e o Mar Morto, é como ir a Roma e não ver o papa. De Amã até o Mar Morto leva-se menos de uma hora. Ponto mais baixo da superfície da terra, o Mar Morto está a quase 400 metros abaixo do Mar Mediterrâneo. Por causa da baixa elevação, é Mar Morto é rico em minerais. A região tem uma herança histórica própria. Acredita-se que era por ali que foram construídas as cinco cidades bíblicas de Sodoma, Gomorra, Admah, Zebouin e Zoar. As águas mais salgadas do mundo fazem qualquer um relaxar, flutuando sobre as águas - uma experiência inesquecível, desfrutada por muitos jordanianos, no feriado deles de sexta-feira.

Uma boa dica prá quem viaja à Jordânia é a seguinte: vá de malas vazias, pois o que não falta lá é coisa boa e barata prá se comprar, como tapetes e jóias beduínas em ouro. Mas, atenção, não compre pelo preço informado. O povo árabe como um todo espera que o cliente negocie o preço até chegar a um valor que ambos considerem justo. Se a mala encheu, procure um espaço na necessaíre para levar os produtos de beleza e sais de banho, feitos à base de magnésio e potássio retirados do Mar Morto.

Prá quem quer viajar por aquelas terras de clima semi-árido mediterrâneo, de dias ensolarados e noites frescas, vai a dica: até no verão, a noite pode ser bem fresca e, portanto, um casaco leve é peça que não pode faltar na bagagem. Para as mulheres, não se esqueçam: estamos falando de um país árabe, de maioria muçulmana, ou seja, ainda que o passeio seja pelo deserto, nada de roupas decotadas ou camisetas – shorts, então, nem pensar. E, para o mergulho no Mar Morto, optem por um maiô bem comportado.

O visto pode ser obtido na chegada ao país, dentro do aeroporto e é válido por duas semanas, podendo ser renovado.

Apesar da vizinhança, o reino da Jordânia é bastante pacífico e seu povo prá lá de hospitaleiro, a ponto de convidar você para entrar em casa sem querer vender nada em troca da gentileza. Ah, e tem mais: se você esquecer suas coisas na rua, é bem provável que vá encontrá-las intactas, no mesmo lugar, horas depois. Ou seja: vida de Indiana Jones, só no cenário de Petra e nas telas do cinema. É ver e conferir.


Músicas:

Aker Zapheer - Hob Ayam Zaman

Jadal - Salma

Jadal - Al Tobah.

Aziz Maraka - Bent El Nas

Aziz Maraka - La hali

Aziz Maraka - Possessed

Tareq Al Nasser Rum – Mushtaqah

Diana Karazon - We Badat Aeesh

Salam - Khabini

Muhammed Monir - Ah Ya Asmarany

Eman El Bahr Darweesh - Hatgan Ya Reet Yakhwana

Muhammed Monir - Haneena

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